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quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Grandeza


Não consigo chegar num lugar e ficar quieta, paradona, sem falar com alguém ou  ficar só observando ao redor. Estava em um consultório médico e peguei uma revista enquanto esperava a minha vez. Esse gesto repetitivo a esses lugares e outros semelhantes já renderam ótimas leituras, muito proveitosas. 
Folheando a revista encontrei um texto que prendeu minha atenção, era como se eu estivesse vivendo o que lia. Gostei tanto que procurei saber quem era essa pessoa que escrevia tão bem e descobri então, que ela mora aqui na mesma cidade que eu. Ela é uma linda menina escritora!

Delicie-se com a leitura ... 
As sextas-feiras são especiais. Não por estarem perto do sábado e nem por anunciarem um descanso. O quinto dia útil da semana pode ser comemorado com uma visão de cima do universo. Não pense que estou falando de alguma terapia difícil para a compreensão humana – não se trata de aprender a flutuar e nem de transportar-se para outro universo. E, sim, de subir no andar mais alto de um edifício e observar, de cima, a vida que ferve neste dia da semana. Isso pode ser realizado, preferencialmente, no fim da tarde, quando o céu começa a ganhar tons alaranjados.

Eu descobri esta maneira simples de desfrutar o mundo quando precisei levar documentos a um amigo. Ele trabalhava no último andar de um dos prédios mais altos de Joinville. Os corredores, envidraçados, permitiam uma visão privilegiada da cidade. Os olhos podiam perder-se pela esquina do mundo. Mas os meus olhos resolveram caminhar pelas nuvens pintadas de amarelo e rosa pelo sol sonolento. Paralisada pela beleza desta artista chamada Mãe Natureza, comecei a lembrar de todas as boas coisas que me aconteceram durante a semana.

O abraço de meu pai, o beijo estalado de um querido amigo do trabalho, o gatinho preto que tentou entrar pela janela de minha casa, o vento frio que escapuliu pela fresta da porta e me fez querer enrolar um cachecol pelo pescoço. A sensação foi igual a ser surpreendida com uma rosa dentro de minha gaveta. Ao viver algo trivial, enxerguei sem querer o segredo do universo. E eu quis enxergar novamente na outra semana. Voltei ao edifício na sexta-feira seguinte.

Mas, ao invés de perder os olhos pelo céu, resolvi olhar para a quantidade de carros, pessoas e o mar de ansiedade que havia na rua. As pessoas pareciam formiguinhas, querendo dirigir suas caixas de fósforo mínimas. Ao olhar o tamanho daquelas pessoas, me senti enorme. Mas não superior – dali em poucos instantes, eu voltaria a viver no formigueiro. Felizmente, não com a mesma expressão ansiosa ou, até mesmo, nula.

Depois que comecei a olhar o universo de cima, aliás, eu nunca mais consegui reproduzir o rosto inexpressivo e imparcial que muitas pessoas vestem ao sair pelas ruas. Com um sorriso esticado no canto da boca, eu olho um a um, sabendo suas grandezas e pequenezas. Sabendo que lá de cima somos todos iguais. Que todos temos sonhos gigantes que se misturam ao sol e ao mundo. Todos temos segredos, remédios a serem tomados, papéis a serem rasgados, rostos a serem beijados. Nós somos o mundo. Mas de vez em quando, é bom olhar de cima, para lembrar o quão grandes e pequenos podemos ser ao mesmo tempo.
*Crônica publicada na revista Vida Plena
por Vanessa Bencz 
 
 

sábado, 20 de agosto de 2011

O olho é a janela da alma, espelho do mundo

Os olhos são os órgãos da visão, ou seja, da percepção da luz e portanto das formas e cores. “O aparelho visual sobretudo no homem é um dos sistemas mais perfeitos para se perceber o ambiente. Graças à visão, podemos mover-nos evitando os obstáculos, afastar-nos dos perigos, reconhecer os “amigos” e os “inimigos”. Enquanto outros animais confiam também em sentidos como o olfato ou o ouvido, para o homem, a visão é normalmente o principal canal de percepção do mundo exterior”.

No documentário Janela da Alma Saramago fala da idéia para escrever Ensaio sobre a Cegueira, quando se perguntou como seria o mundo se todos fôssemos cegos. De acordo com sua reflexão, a resposta é que já somos, tendo em vista a total desordem que assola o mundo.



Lendo o jornal local chamou-me à atenção a matéria abaixo: 

1028 joinvilenses enxergam assim

Em Joinville, 1.028 pessoas aguardam na fila para fazer cirurgia de catarata

A esperança de voltar a enxergar com nitidez exige paciência dos 1.028 joinvilenses que estão na fila para fazer uma cirurgia de catarata pela rede pública. A espera para quem entra hoje na fila pode chegar a quatro anos. E a lista não para de crescer, apesar dos mutirões esporádicos, feitos voluntariamente por oftamologistas, e dos cerca de 80 procedimentos por mês.
De acordo com médico Rodrigo Marzagão, cada um dos sete oftalmologistas que atendem na rede pública municipal realiza de três a quatro cirurgias por semana. No lugar destes pacientes, aparecem outros dez com a doença.

Refletindo sobre a matéria fico pensando nas pessoas que enxergam pouco, nas pessoas que não enxergam nada e nas pessoas que não querem enxergar!


quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Imagem, é tudo!


Meu pai sempre me disse que somos constantemente avaliados. Eu não entendia direito o que era constantemente, nem o que era avaliado (na realidade confundi essa palavra, com avariado, até os 11 anos); mas entendia que era constantemente observado, quer eu estivesse nos campos do Quiriri, onde criávamos abelhas, ou em minha primeira viagem junto a meu pai, quando fomos de caminhão conhecer o parque eólico das salinas de Cabo Frio. Eu, quando criança, queria ser igual a ele, e se fosse eu hoje a criança de ontem, teria guardado dele outras imagens que as que trago em recordação, desde o dia em que ele partiu para seu novo sistema lunar: meu pai não gostava do sol, e preferia a noite!

Sou eu um pai sem nunca ter sido. Ainda não experimentei essa grandiosidade, mas com afeto me transporto, para a rotina daqueles que se tornam aos adultos, lembranças tão meigas de quando estes eram crianças.

Procuro nos álbuns de outrora, ele viçoso, ele compromisso, ele grandioso com seu 1,70 cm; gigante para uma criança de 7 anos. E dentro de uma caixa de recordação de esperas, sua Rolleiflex toda cheia de história, tão indiferente ao fato de ter custado tão cara, tão indiferente ao fato de ter guardado coisas tão preciosas, registrado as imagens perfeitas...meu pai dizia que nenhuma máquina produzia tanto fascínio nele quanto aquela máquina fotográfica, modelo SL66.

Pessoas já me ofereceram dinheiro alto por esta relíquia. Preta e prata, de 1966, dum tempo em que eu ainda não era nascido. Já pensei em doá-la a um museu, mas não consigo. Ela não é somente uma máquina, é a impressão digital de uma época que nada era digital, e tudo era fascínio...até esse olhar romântico sobre o que é passado.

Imagem é tudo, dizia meu pai, até os seus cinquenta e quatro anos. E isso não estava condicionado ao corte do cabelo ou a reserva no restaurante. Nem mesmo à Rolleiflex que ele tanto gostava, e que deixou estática, para sempre, aquele seu rosto, teimoso em não sorrir. Para ele, a imagem estava na imponência de ser visto sempre, ou com uma mão estendida, oferecendo cumplicidade, ou com as mãos recuadas, demonstrando a hora certa de retroceder. Assim como fazem os presidentes. Assim como ele está retratado, em frente ao portão, em sépia, pela Rolleiflex SL66. E registrado em mim, em cores, na imaginação reportada da infância. Que nada tem de presidencial, mas de majestosa.




Marinaldo de Silva e Silva é joinvilense, é formado em letras e em língua italiana. Ele já escreveu os livros “O Beijo de Mephisto”, de 2002; “Cânticos de Eva”, de 2006; e “Poesia para as Crianças quando Ficarem Adultas”, de 2009. Desde janeiro, escreve crônicas no “Anexo” todas as sextas-feiras, e também faz a coluna “Mr. President” na revista “Premier”. Marinaldo é funcionário público da Biblioteca Pública Gustavo Ohde, em Pirabeiraba, e promove a leitura entre crianças e adultos.

Parabéns e felicidades  aos Pais!!!

Imagem, é tudo
Por: M. DE SILVA E SILVA

domingo, 7 de agosto de 2011

Seja bem-vindo Guilherme!


 segurando a mão do pai!

Quando Nasce Uma Criança

Crianças Diante do Trono

Quando nasce uma criança
O mundo inteiro sorri
Porque brilha a esperança,
De algo bom que está por vir
Deus tem um plano para cada bebê
Antes mesmo de nascer
Um lindo proposito uma missão
Um sonho gravado em seu coração
Pra viver e marcar sua geração
E você também precisa saber
Que antes mesmo de nascer
Deus já tinha um plano pra você
Um lindo propósito uma missão
Um sonho gravado em seu coração
Pra viver e marcar sua geração
Hey....viva...hey....viva
Quando nasce uma criança
O mundo inteiro sorri
Porque brilha a esperança,
De algo bom que está por vir
Deus tem um plano para cada bebê
Antes mesmo de nascer
Um lindo proposito uma missão
Um sonho gravado em seu coração
Pra viver e marcar sua geração
"Você nos consolará e nos trará descanso"


Minha sobrinha, abençoada por Deus, teve um parto tranquilo, foi forte e corajosa e toda a gestação deu um banho de elegância, beleza, alegria e felicidade estampada em seu sorriso lindo!
A família tá vibrando e não cabe em si de tanta felicidade pelo nascimento do Guilherme ontem, 6 de agosto!